sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Mercado Editorial

Leitura e Literatura em alta

Ao contrário do previsto, internet beneficia venda de livros
Editoras americanas divulgam balanço positivo e planejam mais estratégias online
Gavin Haycock, da Reuters

LONDRES - As previsões pessimistas de que a internet iria esmagar o setor de publicação de livros através dos leitores digitais e das vendas online de livros usados não se concretizaram.

A editora Penguin anunciou nesta semana que a explosão no varejo online e nas vendas de livros usados não causou os prejuízos que ela havia previsto e que, de muitas maneiras, a internet acabou beneficiando as livrarias, funcionando como ferramenta de marketing, experimentação e aproximação com a próxima geração de leitores.

A editora, cujos autores incluem Alan Greenspan (ex-diretor do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano), o romancista Nick Hornby e o chef Jamie Oliver, sentiu-se ameaçada pelas gigantescas casas de leilão online como a eBay, mas descobriu que, diferentemente do que acontece com a música, no caso dos livros as pessoas ainda querem os livros físicos.

"Muita coisa está acontecendo na indústria musical que não se repete no setor dos livros. Os consumidores não querem álbuns inteiros, apenas faixas. Mas querem livros inteiros, e não capítulos", disse a jornalistas esta semana o presidente e executivo-chefe da Penguin, John Makinson.

Ele disse que embora as vendas de livros usados, anunciados em sites de leilão online pouco após o lançamento dos títulos, ameacem as vendas das edições em capa dura e também das edições subseqüentes em capa mole, o impacto não tem sido tão grande quanto se previa.

A editora Bloomsbury disse na semana passada que a mídia eletrônica é uma parte fundamental de seus negócios futuros, tanto que ela já fechou contratos de direitos com grupos como a Microsoft.

Também na semana passada, a Pearson, proprietária da Penguin, lançou o portal www.spinebreakers.co.uk, com resenhas de vídeo e audiolivros voltadas para adolescentes e administradas por eles.

"São nossos leitores no futuro", disse John Makinson, acrescentando que o Spinebreakers oferece insights estratégicos importantes sobre como os teens criam e compartilham informações sobre publicações na web.

Outro projeto da Penguin lançado neste mês é um concurso de redação de romances, em conjunto com a Amazon e a Hewlett-Packard, que atraiu um manuscrito por minuto em seus primeiros dias. O vencedor, a ser escolhido pela Amazon no próximo ano, receberá um contrato de publicação e um adiantamento de US$ 25 mil.

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